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    Luiz Carlos Bresser-Pereira

    Professor emérito da Fundação Getúlio Vargas onde pesquisa e ensina teoria econômica e teoria política desde 1959. Foi Ministro da Fazenda (1987) e Ministro da Administração Federal e Reforma do Estado (1995-98). É doutor honoris causae pela Universidade de Buenos Aires

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    O "Ocidente" não pode governar o mundo

    Os interesses econômicos do Brasil estão mais próximos dos da China do que dos Estados Unidos

    (Foto: Pixabay | Reuters/Jason Lee)

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    O Valor publicou no último dia 24 um excelente artigo de Martin Wolf, "O G-7 não pode gerir o mundo". Poderia ter dito o "Oeste" - o império formado pelos países ricos cujos líderes estão no G-7. 

     Wolf nos diz que o G-7 fez um comunicado de sua última reunião com 19.000 palavras. “Soa como o manifesto de um governo mundial. Diferentemente, o comunicado da cúpula do G-20 de Londres, em abril de 2009, pouco superou as 3.000 palavras.” 

     Agora o mundo está dividido, nós estamos assistindo a uma Guerra de Ódio entre os Estados Unidos e a China a partir da absurda convicção que se formou no primeiro país que é preciso interromper o crescimento da China. 

     A China já é uma grande potência. Não existe mais o sistema mundial unipolar que se formou em 1992 com o colapso da União Soviética e o fim da Guerra Fria. E é além de inútil, perigoso, impedir que o mundo seja multipolar. 

     Como diz Martin Wolf, “tanto o momento “unipolar” dos EUA quanto a hegemonia econômica do G-7 são águas passadas.” Informa ele que 19 países, aparentemente, requereram filiação aos Brics, grupo que já inclui Brasil, Rússia Índia, China e África do Sul. 

     O Ocidente não e um império formal, com colônias, mas um império informal, por hegemonia. Impérios como esses encolhem quando os países líderes perdem força a razoabilidade. Foi o que aconteceu desde 2008. 

     Os interesses econômicos do Brasil estão mais próximos dos da China do que dos Estados Unidos, acontece o contrário com os interesses das elites econômicas. Lula sabe disto e está procurando um meio-termo. Ele está certo.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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